E como a matéria tem que se espiritualizar na exata proporção que o espírito tem que se materializar.

Projetistas fazem canais, arqueiros airam flechas, artífices modelam a madeira e o barro, o homem sábio modela-se a si mesmo. – Buda Gautama Sakyamuni

“Te Advirto, quem quer que sejas, Oh Tu que desejas sondar os Mistérios da Natureza. Como esperas encontrar outras excelências, se ignoras as excelências de tua própria casa? Em Ti está oculto o tesouro dos tesouros.

"Lembra-te que não é o que tu pensas que cria o que tu És. É o que tu És que criou o que tu pensas e que se afastou disso. Assim, portanto, a Vibração estava ligada à consciência mas do vosso ponto de vista: aquele da personalidade."

“Não acredite no que você ouviu;
Não acredite em tradições porque elas existem há muitas gerações;
Não acredite em algo porque é dito por muitos;
Não acredite meramente em afirmações escritas de sábios antigos;
Não acredite em conjecturas;
Não acredite em algo como verdade por força do hábito;
Não acredite meramente na autoridade de seus mestres e anciãos.
Somente após a observação e análise, e quando for de acordo com a razão
e condutivo para o bem e benefício de todos, somente então, aceite e viva para isso.”

Siddharta Gautama, o Buddha


Sim!...o tao sabe disso!
hipocrates sabia disso!
a homeopatia sabe disso!
não existe doenças e sim doentes!
uma pessoa so recebe um vírus...
quando o seu corpo ja esta pronto para recebe-lo!
ou seja,...
ja quebrou sua cadeia imunológica!
e assim é com qualquer patologia!
por isso!....
a unica cura verdadeira!...
é saber conservar o corpo dentro das leis que o regem!
Tomaz Aldano



“Nem mente, nem intelecto, nem ego, nem sentimento ..."
Só amor sabedoria.

Na verdade, é por focalizar-se mais e mais na luz que você atrai a escuridão e você terá que começar a lidar com ela num momento, pois ela é algo que torna você mais poderoso e mais
perigoso para as forças do mal.


31 de janeiro de 2013



Atenção, Intenção, Intuição e Sincronicidade



Muitos de nós já devem ter percebido que, em certos momentos de nossas vidas, algum acontecimento ocorreu no local certo, no momento certo. Pode ter sido o encontro para o início de um grande relacionamento, a pessoa que o indicou para seu atual trabalho ou o livro que você ganhou de presente que o fez refletir sobre sua vida. Se refletirmos com um pouco mais de profundidade, nos conscientizaremos que absolutamente tudo que aconteceu em nossa vida e todas as escolhas que fizemos no passado são responsáveis pela nossa atual situação.


De acordo com psicanalista e psiquiatra Carl Gustav Jung, criador do termo sincronicidade, este acontecimento está presente em toda nossa vida, porém é preciso ter consciência sobre ela para que se manifeste a nosso favor, e assim, possamos fazer a melhor escolha.



Somos capazes de perceber a sincronicidade quando colocamos a nossa atenção em tudo o que fazemos. Através desta atenção, expandimos nossa percepção e entramos num estado de tranqüilidade, de paz interior e de receptividade. Manter um pensamento positivo e estar bem consigo mesmo são essenciais para perceber sincronicidades favoráveis ao nosso desenvolvimento.



A atenção é importante porque é através dela que podemos perceber como a sincronicidade está atuando em nós. É ela a responsável pela conexão com a Vida.


Já a intuição é nossa capacidade de perceber e sentir o que é certo para nós. É a voz do coração. É a sensação de que tal caminho é melhor que o outro em determinada situação.



Há diferentes níveis e qualidades de sincronicidades. Há sincronicidades das mais banais até aquelas que podem mudar completamente sua vida. Percebo que elas ocorrem a partir do estado interno e da intenção da pessoa. Quando temos uma intenção com relação à determinado assunto, é natural que nós também aumentemos nossa atenção para tal. Por exemplo, quando você tem a intenção de comprar determinado carro, pode ser que você comece a perceber carros idênticos ou semelhantes ao que você quer comprar à sua volta. Na verdade, eles já estavam lá. Apenas a sua atenção foi influenciada pela sua intenção de comprar o carro. Já o estado interno determina a qualidade das sincronicidades. Se você está desesperado ou agitado, sua atenção se volta para situações semelhantes e você tende a perceber sincronicidades com esta mesma qualidade.



Por isso, é importante primeiro voltar a atenção para si e perceber qual o estado interno que está presente em seu interior. E quando conseguir alcançar este estado de presença e serenidade, experimente olhar ao seu redor perceber as situações que estão acontecendo. Deste estado você saberá o que fazer. Isso em si, já é um processo de auto-conhecimento.



A atenção ajuda a desenvolver a intuição e com a prática deste estado interno você será capaz de perceber cada vez mais sincronicidades que poderão levá-lo adiante em sua vida. Um ótimo exemplo de sincronicidade é o próprio fato de você estar lendo este artigo agora. Pode ser que você não tenha tido consciência até agora de como chegou até aqui, mas com certeza a sua atenção, a sua energia da intenção de se desenvolver e a sua própria intuição fizeram com que neste momento você se encontre aqui.



Espero que você possa, a partir de hoje, prestar mais atenção em sua vida e nas coisas que acontecem ao seu redor, mantendo firme a intenção no seu crescimento e desenvolvimento pessoal como um todo.

Autor: Saulo Nagamori Fong

Instituto União

http://www.institutouniao.com.br


As 10 estratégias de manipulação midiática




1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts

10 de janeiro de 2013


Alimentos Alcalino

   



Alimentos Alcalinizantes Para que um alimento seja considerado alcalinizante ele tem que ter uma boa quantidade de sais minerais e oligoelementos alcalinos, e gerar ácidos orgânicos fracos. Nossa fonte mais rica em sais minerais e oligoelementos é o oceano. No final do século passado, ao mesmo tempo em que Pasteur descobria como matar os micro-organismos patogênicos, René Quinton descobria que os nossos líquidos corpóreos, apesar de bastante mais diluídos, nada mais são do que uma réplica das águas oceânicas de biocenose e que enquanto assim se mantiverem não há biótico patogênico que neles consiga sobreviver ou célula que não consiga se manter permanentemente jovem e vitalizada, como foi o caso da célula do embrião de galinha, mantida viva por 28 anos. Um dos mistérios que ainda não consegui penetrar é por que a ciência da saúde do Ser moderno está muito mais vinculada à metodologia belicosa desenvolvida por Pasteur, extremamente invasiva (que provoca efeitos colaterais que nada mais são que rebelião do organismo contra a sua presença), enquanto a abordagem pacifista tão reforçada pelas descobertas de Quinton, e não menos eficiente, ficou confinada, sobretudo à região central do continente europeu, com poucos profissionais da saúde dedicando-se à “medicina dos terrenos”. Só os alimentos que vêm do mar têm condição de aportar toda a gama de sais minerais necessários à manutenção da saúde dos nossos líquidos intra e extracelular, cuja importância já foi descrita. Assim, tanto o sal marinho natural (não confundir com o sal refinado, que não passa de puro cloreto de sódio iodado, uma aberração alcalina) como os sais de rocha (sedimentos marinhos), as algas marinhas e o plasma marinho, cuidadosamente extraído das águas ressurgentes nos vórtices dos oceânicos (igualmente rico em zooplânctons e fitoplânctons, além de micro cadeias de carbono que os estudiosos dizem ter o poder de ativar a memória do nosso DNA), são os alimento mais completos em elementos alcalinos. Permitindo-me completar o assunto, é importante que se saiba que a superioridade que as algas e o plasma marinho apresentam sobre as outras fontes de minerais concentrados é que nos primeiros eles se encontram integrados a um contexto orgânico, assim como nos sucos das frutas, dos vegetais e da Aloe vera!, o seja, prontos a serem assimilados pelo organismo. No outro extremos encontramos os minerais isolados, sob a forma inorgânica natural ou fruto da manipulação laboratorial, ou seja, de biodisponibilidade bastante inferior ou nula, o que requer um grande esforço do organismo para inserí-los ao contexto biológico ou eliminá-los. Se formos generalizar, as frutas, as verduras e os legumes seriam todos alimentos alcalinizantes cujas duas maiores riquezas são: sais minerais já ionizados e moléculas vivas de água – na medida que sejam mantenham na sua forma original até a hora de serem preparados para consumo, já que sua carga elétrica de suas moléculas depende do campo eletromagnético no qual se encontra inserido e este depende da forma do alimento como campo gravitacional! A pesquisa sobre os alimentos ácidos e alcalinos nos leva a listagens discordantes em vários aspectos. O gel da Aloe vera barbadensis Miller, entretanto, faz parte dos unanimemente considerados como um dos mais alcalinizantes. Semelhante ao limão, apesar do sabor ácido, depois de metabolizados, deixem uma grande reserva alcalina no organismo.


Silvia Leticia da Silva


Comentário de tomaz aldano de frança 

Silvia Leticia da Silva!!!...GRANDE SINTESE DA VISÃO TAOISTA!!!....

TÃO BEM REVISITADA PELA MACROBIOTICA NOS ANOS SESSENTA!!!!

EU MESMO PEGUEI ESTA CARONA UMA DECADA DEPOIS E NÃO PAREI MAIS!!!

E DEPOIS DE ALCALINIZAR-ME PELA VISÃO DO YIN E YANG, COMO ELA CODIFICOU...

MINHA VIDA MUDOU RADICALMENTE!!! DE DJ!...DONO DE BOATE!...A COZINHEIRO DE RESTAURANTE MACRO!!!...YOGUI,TERAPEUTA,...ENFIM!...ESTOU AQUI!...NA ASCENSÃO!...

COM ABSOLUTA CERTEZA! MAIS,O GRANDE TRAMPOLIM DA MINHA VIDA,A MOLA PROPULSORA!...

FOI A VISÃO E MATERIALIZAÇÃO DA ALCALINIZAÇÃO DO MEU ORGANISMO!...
ME DEU DIREÇÃO!!!

ACHO A MAIOR E MAIS COMPLETA TERAPIA QUE EXISTE NO MUNDO!!!!!A

9 de janeiro de 2013


Do Sexo ao Samadhi – Osho



"O centro da garganta, é o encontro do dar e receber.
Você recebe e dá a partir desse centro. Esse é o significado do dito de Cristo que você tem de se tornar uma criança novamente.

Se você traduzir isso para a terminologia da Yoga significará: você precisa vir novamente para centro da garganta.

Todas as pessoas criativas são doadoras. Elas podem cantar uma canção para você ou dançar uma dança ou escrever um poema ou pintar um quadro ou lhe contar uma história. De novo, para todos eles o centro da garganta é usado como um centro para dar. O encontro do dar e receber acontece na garganta.



A capacidade de dar e receber é uma das maiores integrações.

Depois vem o sexto, o centro do terceiro olho. Nesse centro direito e esquerdo se encontram, pingala e ida se encontram, e se tornam sushumna. Os dois hemisférios do cérebro encontram-se no terceiro olho; isso fica exatamente entre os dois olhos.

Um olho representa o direito, outro olho representa o esquerdo, e isso está bem no meio. Esse encontro do lado direito e esquerdo do cérebro no terceiro olho... isto é uma síntese muito elevada. As pessoas foram capazes de descrever até esse ponto.

É por isso que Ramkrishna pôde descrever até o terceiro olho. Quando ele
começou a falar sobre o final, a síntese definitiva que acontece no sahasrar, ele de novo e novamente caiu no silêncio, no samadhi. Ele afundou nisso; foi
demais. Foi como uma inundação; ele foi levado para o oceano. Ele não podia manter-se cônscio, alerta.

A síntese definitiva acontece no sahasrar, o sétimo, o chacra coroado. Por causa desse sahasrar, todos os reis, imperadores, monarcas e rainhas do mundo, usam a coroa. Isso tornou-se formal, mas basicamente isso foi aceito porque a menos que seusahasrar esteja funcionando, como você pode ser um monarca, um rei?

Como você pode governar pessoas se você nem mesmo governa a si mesmo? No símbolo da coroa está escondido um segredo. O segredo é que uma pessoa que alcançou o centro da coroa, a síntese definitiva de seu ser – somente ele deve ser o rei ou rainha, mais ninguém. Somente ele é capaz de governar outros, porque ele conseguiu governar a si próprio. Ele tornou-se mestre de si mesmo; agora ele também pode auxiliar os outros.

Realmente, quando você alcança ao sahasrar, uma coroa floresce dentro de você, uma lótus de mil e uma pétalas se abre. Nenhuma coroa pode ser comparado com isso, mas assim isso tornou-se apenas um símbolo e o símbolo tem existido por todo o mundo. Isso simplesmente mostra que em toda parte as pessoas se tornaram cônscias e alertas de um modo ou
de outro da suprema síntese no sahasrar.



Os Judeus usam o kipá, um pequeno boné, exatamente sobre o sahasrar. Os Hindus permitem um cacho de cabelos – eles chamam de choti, o pico – crescer exatamente no ponto onde está o sahasrar. Existem algumas sociedades Cristãos que raspam exatamente essa parte da cabeça. Quando um mestre abençoa um discípulo, ele coloca sua mão sobre o sahasrar. Se o discípulo for realmente receptivo, rendido, subitamente, ele irá sentir uma
erupção de energia, percorrendo a partir do centro sexual até o sahasrar.

A última síntese é do objeto e sujeito, o exterior e interior, de novo.

Num orgasmo sexual interior e exterior se encontram, porém momentaneamente. No sahasrar eles se unem permanentemente. É por isso
que digo que a pessoa precisa ir do sexo ao samadhi.

No sexo noventa e nove por cento é sexo, um por cento é sahasrar; no Samadhi noventa e nove por cento é sahasrar, um por cento é sexo. Eles estão juntos, estão interligados, por profundas correntes de energia. Portanto, se você desfrutou do sexo, não faça lá sua moradia. Sexo é somente um vislumbre do sahasrar. Osahasrar irá proporcionar milhares, milhões de bem aventuranças, de bênçãos a você.

O exterior e interior se unem, Eu e tu se encontram, homem e mulher se unem, yin e yang se unem; e a união é absoluta. Desse modo não há divisão, assim não há nenhum divórcio.

Isso é chamado de yoga. Yoga significa o encontro de dois em um.

No Cristianismo os místicos chamaram de união mística; essa é a tradução exata de yoga, união mística... união misteriosa.

No sahasrar o alfa e omega se encontram, o princípio e o fim.

O princípio está no centro do sexo, sexo é o seu Alfa;
Samadhi é o seu omega.

E a menos que alfa e omega se encontrem, a menos que você tenha alcançado essa suprema união, você irá permanecer miserável, porque esse é seu destino. Você permanecerá incompleto. Você só pode ser realizado nesse mais elevado pico da síntese."







"Patanjali fez o impossível. Ele descreveu tanto quanto possível cada passo, cada integração, cada chacra – seu funcionamento, e como transcendê-lo, até o sahasrar e ele até mesmo foi além.



Em cada chacra, em cada roda de energia, uma certa integração acontece. Deixe-me contar-lhes...

No centro sexual, o primeiro centro – o mais primitivo, porém o mais natural, aquele que está disponível para todos – a integração ocorre entre o

exterior e o interior. É claro que é momentâneo.

Uma mulher unindo-se a um homem ou um homem unindo-se a uma mulher acontece por um único momento, num instante, onde exterior e interior se encontram, se mesclam e se fundem um no outro. Essa é a beleza do
sexo, o prazer do orgasmo... essas duas energias, energias complementares, unem-se e formam um todo. Mas isso será momentâneo porque a união se dá através do elemento mais grosseiro, o corpo.



O corpo pode tocar nas superfícies, mas não pode realmente penetrar no outro. Isso é como cubos de gelo. Se você colocar dois cubos de gelo juntos, eles podem se tocar um no outro, mas se eles dissolvem-se e tornam-se água, eles unem-se e se mesclam um no outro.



Depois eles vão para o próprio centro. Se a água evaporar, então a união torna-se muito profunda. Dessa forma, não há nenhum Eu, nenhum você, nenhum interior, nenhum exterior.

O primeiro centro, o centro do sexo, lhe dá uma certa integração. É por isso que existe tanto anelo por sexo. Isso é natural; é em si mesmo benéfico e
bom, porém se você parar aí, então você parou no portal de um palácio.



O pórtico é bom, lhe conduz para dentro do palácio, mas não é um lugar adequado para fazer sua moradia. Não é um lugar para ficar para sempre... e a bem aventurança que está aguardando por você nas mais elevadas integrações de outros centros estará perdida. Em comparação com
essa bem aventurança, felicidade e alegria, a beleza do sexo não é nada, o prazer do sexo nada é. Isso simplesmente lhe dá um vislumbre passageiro.

O segundo chacra é o hara. No hara, vida e morte se encontram. Se você alcançar o segundo centro, você consegue um orgasmo de integração mais elevado: vida encontrando morte, sol encontrando a lua. O encontro agora é interior, assim o encontro pode ser mais permanente, mais estável, porque você não depende de ninguém mais. Agora você está encontrando sua própria mulher interior ou seu próprio homem interior.

O terceiro centro é o umbigo. O positivo e o negativo se encontram aí – a eletricidade positiva e a eletricidade negativa. Este encontro é até mesmo mais elevado do que vida e morte. Isso existe antes da vida, existe após a morte. Vida e morte existem por causa da bio-energia. Este encontro da bio-
energia no umbigo, nabhi, lhe dá uma experiência mais elevada de ser um, integrado, uma unidade.

Depois o quarto é o coração. No centro do coração o mais baixo e o mais alto se encontram. No centro do coração oprakriti e purusha, o sexual e o espiritual, o mundano e o outro-mundano – ou você pode chamar isso de encontro do céu e da terra...

Isso é ainda mais elevado porque pela primeira vez algo do além manifesta-se; você pode ver o sol nascente no horizonte. Você ainda está enraizado na terra, mas suas ramificações estão se espalhando pelo céu. Você tornou-se um encontro.



É por isso que o centro do coração dá a mais elevada e a mais refinada experiência ordinariamente disponível – a experiência do amor.

A experiência do amor é o encontro da terra e do céu; assim o amor é de uma maneira terreno e de outra maneira celestial. Se Jesus definiu Deus como amor, essa é a razão, porque na consciência humana o amor parece ser o reflexo mais elevado.


Geralmente as pessoas nunca vão além do centro do coração. Mesmo alcançar o centro do coração parece ser difícil, quase impossível. As pessoas permanecem no centro do sexo.

Se forem bem treinados na Yoga, Karatê, Aikido, Tai Chi, então alcançam o segundo centro, o hara.



Se forem treinados no profundo mecanismo da respiração,prana, então alcançam o centro do umbigo.

E se eles forem treinados para olhar além da terra e para enxergar além do corpo, para olhar tão profundamente e tão sensivelmente que você não fica mais confinado no grosseiro, e o sutil pode penetrar seus primeiros raios em você... só assim, o centro do coração.

Todos os caminhos da devoção, Bhakti Yoga, trabalham no centro do coração. Tantra começa do centro do sexo, Taocomeça do centro do hara.

Yoga começa do centro do umbigo. Bhakti Yoga, caminhos da devoção e do amor – Sufís e outros – começam a partir do centro do coração.


Mais alto do que o coração é o quinto, o centro da garganta. Outra integração... ainda mais superior, mais sutil.
Este centro é o centro de dar e receber. Eu tenho visto milhares de pessoas – todas famintas de amor, sedentas por amor, mas ninguém de modo nenhum tentando dar. Todos eles acreditam que estão dando, porém, não estão recebendo.

Uma vez que você dá você recebe, naturalmente. Isso nunca aconteceu de outro modo.



No momento que você dá, o amor precipita-se em você. Isso não tem nada a ver com pessoas. Isso tem algo a ver com a energia cósmica do divino.

[continua...]

5 de janeiro de 2013



O falso sentimento do Ego



Vamos hoje falar um pouco sobre o “sentimento de si mesmo”. Vale a pena refletirmos sobre esta questão do sentimento de si mesmo. Convém entendermos a fundo a questão do “falso sentimento do Eu”. Todos temos sempre, no fundo de nosso coração, o sentimento de nós mesmos. Mas convém saber se esse sentimento é correto ou equivocado. É necessário, portanto, entender o que é este “sentimento do Eu”.

Antes de qualquer coisa, urge entender que as pessoas estariam dispostas a abandonar tudo, o álcool, o cinema, o fumo, as farras etc., menos seus próprios sofrimentos. As pessoas adoram suas próprias dores, seus sofrimentos. Desapegar-se-iam mais facilmente de alguma alegria que de seus próprios sofrimentos. Entretanto, o que parece paradoxal é que todos se pronunciam contra esses mesmíssimos sofrimentos e se queixam de suas dores, mas quando se trata de abandoná-los, de modo algum estão dispostos a tal renúncia.

Certamente, temos uma série de “fotografias vivas” de nós mesmos, fotografias de quando tínhamos 18 anos, de quando éramos meninos, de quando éramos homens de 21 anos, 28 ou 30 etc. A cada uma dessas fotografias psicológicas corresponde uma série de sofrimentos, isto é evidente, e mos deleitamos ao examinar tais fotografias, nos deleitamos ao narrar aos outros os sofrimentos de cada idade, as fases dolorosas pelas quais passamos etc. Tem um sabor bastante exótico, ou boêmio poderíamos dizer, contar aos outros nossas dores: quando lhes dizemos que somos pessoas experientes, ao lhes contarmos nossas aventuras de criança, a forma como tivemos de trabalhar para ganhar o pão de cada dia, a época mais dolorosa da existência quando andávamos por aí buscando os centavos para sobreviver – quantas dores, quantos sofrimentos! – com tudo isso gozamos e nos deleitamos.

Ao fazermos esse tipo de narrativa, parecemos realmente boêmios entusiasmados. Num caso como esse, em vez de nos deleitarmos com a bebida ou o cigarro, deleitamo-nos com a história, com a “novela”, com o que nos aconteceu, o que dissemos, o que nos disseram, com a forma como o vivemos etc. É um tipo de boemia bastante exótico, que nos agrada. De modo algum parecemos dispostos a abandonar nossos próprios sofrimentos – eles são o narcótico de que todos gostam, o deleite que agrada a todos. Quanto mais acidentada uma vida, mais exóticos nos sentimos, mais boêmios com nossas dores; e isso é sem dúvida um absurdo.

Mas observem que a cada situação corresponde um sentimento: um sentimento do Eu, do Mim Mesmo. Sentimos que somos, sentimo-nos existir. Neste momento vocês estão reunidos aqui para me escutar, e eu estou lhes falando; vocês sentem que estão sentindo, têm aqui no coração o sentimento de si mesmos. E estão certos de que esse sentimento é correto? É possivel que tenham certeza disso. Será esse sentimento que têm neste momento o sentimento de existir, o sentimento de ser e de estar vivo, será um verdadeiro ou um falso sentimento?

Convém refletirmos um pouco sobre essas questões. Quando andávamos por aí, talvez pelos bares, ou pelos “cabarés”, tínhamos Sentimentos? Sim, é óbvio que os tínhamos. E esses sentimentos seriam os corretos? A cada idade corresponde um Sentimento, pois um é o sentimento de quando se tem 18 anos, outro o que se tem aos 25, outro é o sentimento dos 30 e outro o dos 35. Um ancião de 80 anos terá também indubitavelmente seu próprio sentimento. Qual deles será o verdadeiro? É uma tremenda questão essa do sentimento de nós mesmos. O fato é que a pessoa sente que está sentindo, sente que existe, sente que vive, sente que é, sente que sente, tem coração e sente, e diz: “Eu”, “Eu” e “Eu”. Mas os “Eus” são muitos e, então, qual dos “sentimentos” será o exato? Reflitam um pouco sobre essa questão. Pensem! Vale a pena tratar de compreender esta questão.

Se alguém desintegra um Eu qualquer, por exemplo, o ressentimento contra alguém, está convicto de havê-lo desintegrado. Porém, se o mesmíssimo Sentimento continua a existir, há uma falha no trabalho – isso simplesmente nos indica que o tal Eu que acreditávamos ter sido desintegrado não o foi, visto que o Sentimento que lhe corresponde persiste.

Se perdoamos a alguém, e mais ainda, se cancelamos a dor que essa pessoa nos causou, mas continuamos a ter igual sentimento, isso nos indica que não cancelamos, portanto, a ofensa, ou a má lembrança ou má ação que esse alguém nos causou. O Eu do ressentimento continua vivo.

Estamos tocando num ponto muito delicado, já que participamos todos do Trabalho de Si Mesmo e Sobre Si Mesmo. Quantas vezes acreditamos, por exemplo, ter desintegrado um “Eu da Vingança”? Mas aquele Eu que tínhamos continua sob a forma de sentimento. Isso nos mostra que, portanto, não conseguimos desintegrar tal Eu, e isto é evidente. De modo que, portanto, existem em nós tantos sentimentos quantos são os agregados psíquicos ou Eus que temos em nosso interior. Se temos 10 mil agregados psíquicos, indubitavelmente teremos 10 mil sentimentos de nós mesmos. Cada Eu tem seu próprio sentimento.

Assim, pois, há uma pauta a seguir em nosso Trabalho sobre nós mesmos e esta é a questão do sentimento. Intelectualmente podemos ter aniquilado o Eu do Egoísmo, mas continuará existindo em nós o sentimento do Egoísmo, esse sentimento do primeiro Eu, do segundo e do terceiro Eu? Sejamos sinceros com nós mesmos: se tal sentimento continua existindo, é porque o Eu do Egoísmo ainda existe.

Assim, hoje os convidei a compreender esta questão do Sentimento. Dá muito trabalho fazer com que as pessoas se decidam a compreender a necessidade de desintegrar o Ego, mas ainda mais trabalhoso é compreenderem o que é o Sentimento. É algo tão fino, tão sutil… De qualquer modo, neste Trabalho sobre nós mesmos, meus queridos irmãos, há três linhas que precisamos entender:

Primeiro: O Trabalho sobre Nós Mesmos, com o propósito de desintegrar os agregados psíquicos que levamos em nosso interior, viva personificação de nossos erros.

Segundo: O Trabalho com as outras pessoas – precisamos aprender a nos relacionarmos com os outros, e

Terceiro: O Amor ao Trabalho, o Trabalho pelo próprio Trabalho.

São as três linhas a seguir. Se, por exemplo, alguém diz e acredita que está trabalhando sobre Si Mesmo, mas não se verifica nenhuma mudança na pessoa, se o Sentimento Equivocado do Eu continua, se sua relação com os outros ainda é a mesma, está demonstrado que esta pessoa não mudou, e, se não mudou, não está trabalhando sobre si mesma corretamente, e isso é óbvio.

Precisamos mudar, mas se após certo tempo de trabalho o Sentimento do Eu continua o mesmo, se o modo de proceder com as pessoas é o mesmo, poderíamos acaso afirmar que mudamos? Na verdade não! E a finalidade destes estudos consiste em mudar. A mudança deve ser radical, porque até mesmo a própria identidade tem de se perder para nós mesmos. Um dia, por exemplo, Arce irá procurar Arce, mas Arce já não existe, ter-se-á perdido para si mesmo, e isso é claro. Um dia Uzcátegui dirá: “Que foi feito de Uzcátegui?” Já não existe, terá desaparecido para Uzcátegui. Assim, na realidade, até a mesmíssima identidade tem de se perder para nós mesmos. Temos de nos tornar absolutamente diferentes.

Conheço aqui mesmo, entre os irmãos – sei de alguns, cujo nome não menciono – alguns que estudam comigo há anos e anos, vejo-os sempre na mesma, não mudaram, têm o mesmo comportamento, cometem os mesmos erros – exatamente os mesmos erros cometidos há 20 anos. Nada indica ou acusa qualquer mudança, não há nada novo neles. Como são hoje? Como eram há 20 anos, ou há 10 ou 50 anos. Mudança, nenhuma!!!

Então, o que essas pessoas estão fazendo? O que fazem aqui? Estão perdendo o tempo miseravelmente, não é verdade? Porque o objetivo de nossos estudos é mudar psicologicamente, converter-nos em seres diferentes; mas se continuamos os mesmos, se Fulano de Tal é o mesmo que era há 10 anos, então não mudou nem está fazendo nada, está perdendo seu tempo, isso é óbvio. Convido todos vocês a essa reflexão. Querem ou não querem mudar? Se continuam sendo sempre os mesmos, então, o que estão fazendo? Com que objetivo estão aqui reunidos na Terceira Câmara? Para quê? Precisamos refletir melhor. Uma orientação a seguir é esta questão do sentimento do Eu. O sentimento do Eu é sempre equivocado, nunca é correto. Devemos distinguir entre o Sentimento do Eu e o Sentimento do Ser.

“O Ser é o Ser, e a razão se ser do Ser é o próprio Ser .” O Sentimento do Ser é sempre correto, mas o sentimento do Eu é um sentimento equivocado, é um sentimento falso! Por que os irmãos se deleitam com suas fotografias psicológicas de 20, 30 ou 50 anos atrás? Que se passa com vocês?

Cada fotografia psicológica é acompanhada de um sentimento diferente. O sentimento do jovem de 18 anos que se embebeda, o do rapaz de 20 anos que anda com a noiva ou pelo caminho pervertido etc., qual desses será o correto? O que tínhamos como rapazes de 18 anos ou o que temos hoje, na idade de 50 ou 60 anos? Qual será o verdadeiro?

Nenhum desses sentimentos é verdadeiro, nenhum deles é correto. Todos são falsos. É falso quando alguém se sente um homem de 18 anos com o mundo diante de si e a quem as namoradinhas sorriem. É falso aquele rapazinho de 20 anos que acredita que vai dominar o mundo com o seu rosto bonito. É falso aquele jovem de 25 anos que “anda de janela em janela”. Tudo isso é falso! Qual desses sentimentos será o real? Só a Consciência pode lhes dar um Sentimento Real!

Não se esqueçam de que não há muita distância entre o Ser e a Consciência. A vida tem três aspectos: o Ser (Sat, em sânscrito), a Consciência (Chit) e a Felicidade (Ananda). Mas a Consciência Real do Ser, que não está muito distante do Ser em Si Mesmo, está engarrafada entre esta multiplicidade de agregados psíquicos que personificam nossos erros e que levamos em nosso interior. Só a Consciência pode nos dar um Sentimento Correto, mas esse sentimento pareceria aos outros cruel, porque estes estão engarrafados em falsos sentimentalismos que não têm nada a ver com o Verdadeiro Sentimento do Ser.

O Sentimento da Consciência Objetiva, Real, é o que importa; mas para podermos ter esse Sentimento Verdadeiro da Consciência Real e Objetiva, precisamos, antes de tudo, desintegrar os agregados psíquicos. À medida que vamos desintegrando os diversos agregados, viva personificação de nossos defeitos, a Voz da Consciência irá se tornando cada vez mais forte, o Sentimento do Ser, isto é, da Consciência, irá se fazendo sentir de forma cada vez mais intensa, e, à medida que vamos passando a sentir com a Consciência, nos daremos conta de que o Falso Sentimento do Eu nos conduz ao erro.

Mas isso é muito sutil, sumamente delicado, pois todos nós sofremos muito na vida, isso é óbvio. Temos marchado também pelo caminho do erro, o que é patético; e, em todos os aspectos de nossa vida, em cada processo, em cada instante, temos sentido aqui no coração algo, algo, algo, algo que se chama sentimento. Temos sempre considerado esse “algo” como a Voz de nossa Consciência; temo-lo considerado como o sentimento de Si, como o Sentimento Real ao qual temos obedecido, como o único que pode conduzir-nos pelo caminho certo (“reto”), etc. Mas, infelizmente, temos estado equivocados, meus queridos irmãos!

A prova de nosso equívoco é que mais tarde tivemos outro Sentimento completamente diferente, totalmente distinto, e bem depois ainda outro Sentimento também diferente; qual dos três era então o verdadeiro? Assim, temos todos sido vítimas de um auto-engano. O Sentimento do Eu sempre nos guiou, temos sempre confundido o Sentimento do Eu com o Sentimento do Ser. Temos sido vítimas de um auto-engano, e nisto não pode haver exceções, até mesmo eu marchei pelo caminho do erro quando tomei o Sentimento do Eu pelo Sentimento do Ser. Não há exceções, todos temos sido vítimas do auto-engano.

Chegar a sentir verdadeiramente, chegar a ter o Sentimento Preciso, é algo tremendo. Esse Sentimento Preciso é o da Consciência Superlativa do Ser. De qualquer modo, devemos seguir pelo caminho da Aristocracia da Inteligência e da Nobreza do Espírito. À medida que avancemos por essa senda tão difícil do Auto-Conhecimento e da Auto-Observação de Si Mesmos, de momento em momento, iremos também aprendendo a sentir corretamente. Iremos aprendendo a conhecer o Sentimento Autêntico da Consciência Superlativa do Ser.

O Ser é para nós o que conta, é o importante, e o Sentimento tem um grande papel nessa questão do Ser, um tremendo papel. Quantas vezes acreditávamos estar indo bem pelo caminho da vida, guiados pelo Sentimento vivo de uma autêntica Realidade; aconteceu que andávamos então pior do que antes porque guiados por um falso sentimento, o do Eu.

Há pessoas incapazes de desapegar-se do Falso Sentimento do Eu. Jamais! Têm uma série de “fotografias” ou imagens de Si Mesmas que não abandonariam por nada na vida, nem por todos os tesouros do mundo. Gozam com suas dores e renunciar a elas seria pior que a própria morte. As pessoas vivem se queixando e gozam com seus lamentos, jamais abandonariam suas dores. É terrível isto que estou lhes dizendo, doloroso mas verdadeiro.

Devido a um Falso Sentimento do Eu podemos perder toda uma existência íntegra. Passam-se os 20 anos, e os 30, 40, 50, os 60 e chegamos aos 80 (se por acaso chegamos, pois muitos morrem antes dos 80) com o mesmo conceito falso, o mesmo Falso Sentimento do Eu para ser mais claro, e esse Falso Sentimento que temos do Eu nos “engarrafa” completamente no Ego, e por fim morremos sem haver dado um só passo adiante.

Comumente as pessoas, ao enfrentarem a vida, não recebem as experiências diretamente na Consciência; têm muitos e terríveis preconceitos e prejuízos em sua mente. Qualquer desafio é, portanto, imediatamente escudado, recebido com algum prejuízo ou preconceito. Tudo o que ocorre na vida chega, não à Consciência, mas a toda essa multiplicidade de preconceitos que levamos dentro, a toda essa diversidade de sentimentos equivocados e contraditórios – nunca à Consciência, e, como resultado, permanecemos adormecidos por toda a vida.

Olhemos por exemplo um velho neurastênico, de 80 anos, torpe e rançoso no pensar, “engarrafado” em algum dogma. Tem um Sentimento de Si Mesmo totalmente equivocado. Quando alguma impressão (“algo”) o atinge, não toca sua Consciência; tudo o que lhe chega chega apenas à sua mente, e esta, como está cheia de preconceitos, costumes, hábitos mecânicos etc., reage então de acordo com seu próprio condicionamento – violentamente, covardemente etc.

Já viram algum ancião de 80 anos reagindo? Vocês já sabem como é, sempre as mesmas reações. Por quê? Porque tudo lhe chega à mente, não toca nunca sua Consciência, chega à sua mente e esta logo o interpreta a seu modo. A mente julga tudo segundo lhe parece, como está habituada a julgar, como crê ser verdadeiro, e o Falso Sentimento do Eu respalda essa forma equivocada de pensar. Conclusão: quem tem um Falso Sentimento perde sua vida miseravelmente.

O fato é que é preciso chegar ao Sentimento Correto, mas este é o da Consciência. Ninguém poderia chegar a ter este Sentimento Correto se não desintegrasse os agregados psíquicos. À medida que alguém desintegra seus agregados psíquicos o Sentimento Correto se manifesta. Quando a desintegração é total, também o Sentimento Correto é total.

Comumente, entretanto, o Sentimento Correto de Si Mesmo está em luta com o Sentimento Falso do Eu. É que o Sentimento Correto da Consciência está muito além de qualquer código de ética, além de qualquer código moral estabelecido por alguma religião, etc. No fundo, os conceitos morais estabelecidos pelas várias religiões resultam comumente falsos.

Como a Consciência humana está atualmente tão adormecida, foram inventados diversos sistemas pedagógicos, sociais, éticos, educativos e morais para que possamos andar pelo caminho reto, mas nada disso serve para nada. Há uma ética própria da Consciência, mas esta pareceria imoral aos santurrões das diversas correntes religiosas.

Os livros dos Paramitas do Tibet Oriental expõem uma ética que jamais se encaixaria em qualquer culto, pois é a ética da Consciência; e não estou, com isso, me pronunciando contra nenhuma forma de religião, mas unicamente contra certas formas ou armaduras enferrujadas dentro dos quais estão hoje em dia “engarrafados” a Mente e o Coração, certas estruturas caducas e degeneradas de falsa moral convencional – contra isso é que estou me pronunciando.

Nesses estudos [Gnósticos] não se trata de seguir ou de viver de acordo com certas formas petrificadas de moral; aqui o que se deve desenvolver é a capacidade de compreensão. Necessitamos constantemente avaliar a nós mesmos para descobrir o que temos e o que nos falta. Há muita coisa que devemos eliminar e muito que devemos adquirir, se é que queremos seguir o caminho certo; mas o Sentimento equivocado do Eu não permite a muitos avançar pela difícil senda da liberação; esse Sentimento Equivocado do Eu é sempre confundido com o Sentimento do Ser, e se não abrirmos bem os olhos, o Sentimento Equivocado do Eu pode fazer com que fracassemos todos na presente existência.

O Ser é o que importa, mas está muito fundo, muito profundo… Realmente o Ser em Si Mesmo é a Mônada Interior. Lembremo-nos de Leibnitz e suas famosas “Mônadas”. A Mônada em si mesma é o que chamamos Neshamah em hebraico, ou seja, Atman-Budhi. Atman… Quem é o Atman? É o Íntimo, o Ser.

Precisamente sobre isso, o livro Deuses Atômicos nos diz: “Antes que a falsa aurora aparecesse sobre a Terra, aqueles que haviam sobrevivido ao furacão e à tormenta adoraram o Íntimo, e a eles apareceram os Arautos da Aurora…”

Neshamah, ou seja, Atman-Budhi, é a Mônada citada por Leibnitz em sua “Filosofia Monádica”. Atman é o Íntimo, Budhi é a Alma Espiritual, a Consciência Superlativa do Ser; os dois, integrados, constituem a Mônada, isto é óbvio. A Mônada, por sua vez, se desdobrou na Alma Humana, que é o “Manas Superior” dos orientalistas. Essa Alma Humana é em princípio completamente germinal, mas dela, por desdobramento, resultou a Essência, que é a única coisa que os animais intelectuais têm encarnada em seu interior. Essa Essência está “engarrafada” entre os diversos agregados psíquicos que levamos dentro de nós.

Em hebraico, Neshamah é precisamente Atman, Atman em seu aspecto inefável. Budhi é Ruach, e Atman-Budhi se diz “Ruach” em geral. Nephesh é a Alma Humana ou Alma Causal, de onde precisamente deriva a Essência que cada um tem em seu interior. Essa Essência precisa ser despertada, é a parte da Consciência que temos dentro, essa Essência há que pô-la em atividade; infelizmente está adormecida, presa dentro dos agregados psíquicos inumanos que por desgraça levamos em nosso interior.

É preciso entender que, quando alguém trabalha sobre Si Mesmo, entra no caminho da Revolução da Consciência, aspira a receber algum dia seus princípios anímicos e espirituais, quer dizer, converte-se em um Templo da Mônada Interior, pois é óbvio que uma Essência desenvolvida desperta, integra-se, funde-se completamente com a Alma Humana no Mundo Causal. Muito mais tarde ainda vem o melhor: os Esponsais, o Casamento, a integração dessa Alma Humana com a Mônada; quando isso ocorre, o Mestre se Auto-Realizou totalmente.

Assim, o que possuímos, a Essência, deve ser trabalhada. Devemos começar por “desengarrafá-la”; é uma fração da Alma Humana em toda criatura e há que despertá-la, pois está adormecida em meio aos agregados psíquicos que levamos em nosso interior.

Essa Essência tem seu próprio Sentimento Correto, que é diferente, completamente diferente do Falso Sentimento do Eu. Essa Essência – com seu Sentimento – realmente emana da verdadeira Alma Causal ou Alma Cósmica; assim, o Sentimento da Essência é o mesmo da Alma Cósmica, o mesmo que existe na Alma Espiritual, o mesmo que existe no Íntimo ou Atman.

Quando alguém entra por este caminho, descobre que ingressou na Senda da Revolução da Consciência, e a Revolução da Consciência é tremenda, porque de fato traz consigo a Revolução Intelectual e a Revolução Física. A Revolução da Consciência provoca uma série de revoluções intelectuais extraordinárias e, por sua vez, como resultado, dá-se a Revolução Física.

Na Alquimia, por exemplo, fala-se na Reincrudação do Corpo Físico, na Invulnerabilidade e na Mutação. É óbvio que aquele que obteve o despertar total, aquele que atingiu a Iluminação, pode alimentar-se com a Árvore da Vida, e seu Corpo Físico pode, se assim o quiser, tornar-se invulnerável e mutante – isto pode ser conseguido mediante a Reincrudação Alquimista. Um iluminado sabe muito bem como se consegue a reincrudação.

Assim, tem-se três Revoluções em uma: a Revolução da Consciência traz consigo a Revolução Intelectual e também a Revolução Física.

Os grandes Adeptos da Consciência, esses que obtiveram realmente o despertar, são Iluminados, e muitos deles são imortais. Lembremos Sanat Kumara, o “Ancião dos Dias”, o fundador do Colégio de Iniciados da Irmandade Branca. Trouxe seu corpo físico à Terra desde Vênus. Esse Grande Mestre, havendo já transcendido qualquer necessidade de viver neste mundo, deixou-se ficar aqui para ajudar aos que seguem a Senda Pedregosa que conduz à Libertação Final. Sanat Kummara pode se submergir totalmente no Oceano da Grande Luz, mas renunciou a toda felicidade para ficar aqui conosco, e permanece conosco por Amor a nós.

Neste caminho que estamos percorrendo, é urgente compreender a forma de nos relacionarmos corretamente com nossos semelhantes; se estamos trabalhando sobre Nós Mesmos, devemos também levantar a tocha para iluminar o caminho de outros, para mostrar-lhes o Caminho, e isso é precisamente o que fazem os Missionários Gnósticos: mostrar a outros a Senda da Libertação.

No Oriente se fala claramente de dois tipos de seres que seguem esse caminho. Podemos chamar o primeiro tipo de Srávacas e Budas Pratiekas. São obviamente ascetas, sabem que o falso sentimento do Eu só pode conduzir ao fracasso. Compreendem isto, preocuparam-se em trabalhar intensamente sobre si mesmos, fizeram seus votos; alguns deles até tem diluído o Ego, mas não fazem nada pelos outros, não fazem nada pelo próximo. Esses Budas Pratiekas e Srávacas obviamente gozam de certa iluminação e alguma felicidade, mas nunca chegaram verdadeiramente a ser Bodhisatvas no sentido mais restrito da palavra.

Há dois tipos de Bodhisatvas: os que têm o Bodhisitta em seu interior e os que não o têm. Que se entende por Bodhisitta ou Bodhisitto? Simplesmente que trabalham pela humanidade à base de diversas renúncias e por Kalpas inteiros, manifestando-se nos mundos e renunciando a qualquer tipo de felicidade. Estes possuem os Corpos Existenciais de Ouro Puro, pois é isto o Bodhisitta: os Corpos Existenciais do Ser e a Sabedoria da experiência adquirida através de sucessivas eternidades.

O Bodhisitta de um Buda é na verdade um Bodhisatva devidamente preparado, que pode realizar com perfeição e eficiência todos os trabalhos que o Buda Interior lhe confiou. Poderia o Bodhisatva que realmente se desenvolveu no terreno vivo do Boddhisitta fracassar nos trabalhos que deve realizar? É evidente que não, pois está devidamente preparado.

Entende-se portanto, por Bodhisitta, precisamente todas essas experiências, todos esses conhecimentos adquiridos através das idades, os Veículos de Ouro Puro, a Sabedoria Evidente do Universo. Obviamente, o Bodhisatva, provido do Bodhisitta, se manifesta ao longo (através) de vários Mahanvantaras e finalmente vem a converter-se num Ser Omnisciente. A Omnisciência é algo que se precisa conquistar, não se “ganha de presente”; é um produto de diferentes manifestações cósmicas e de renúncias incessantes.

O Bodhisatva que possui dentro de si o Bodhisitta, ou seja, toda esta soma de Conhecimentos, Experiências e Veículos de Ouro etc., jamais se deixaria guiar por um Falso Sentimento do Eu. Mas este Falso Sentimento do Eu costuma refinar-se espantosamente. Muitos indivíduos que já obtiveram grande elevação espiritual são ainda, entretanto, vítimas do Falso Sentimento do Eu. Compreender isto é básico para a Grande Obra, é fundamental…

Todos nós temos direito a aspirar à Iluminação; entretanto, não devemos cobiçar a Iluminação. Ao invés disso, devemos preocupar-nos com a desintegração dos Agregados Psíquicos que levamos em nós; vigiar intensivamente esse Falso Sentimento do Eu, aniquilá-lo, pois pode fazer-nos estagnar, pode levar-nos ao auto-engano, fazer-nos pensar que vamos indo bem, fazer-nos acreditar que é a Voz da Consciência, quando na realidade se trata da voz do Ego.

Quero que compreendam claramente que um dia terão de fabricar dentro de si mesmos o Bodhisitta, isto é, elaborar essa experiência, elaborar esse conhecimento que o Trabalho sobre Si Mesmos lhes vai conferindo. Com tal conhecimento e experiência, vocês não falharão. À medida que vão desintegrando esses agregados psíquicos que lhes dão o Falso Sentimento do Eu, irão se alimentando com o Pão da Sabedoria, com o Pão Transubstancial vindo do Alto, pois cada vez que se desintegra um Agregado Psíquico libera-se uma porcentagem de Consciência e se adquire de fato uma virtude, um conhecimento novo, algo extraordinário…

A propósito de Virtudes, devo dizer-lhes que quem não é capaz, por exemplo, de apreciar as gemas preciosas, tampouco poderia conhecer o valor das Virtudes. Estas são em si mesmas valiosas e preciosas, mas é impossível adquirir qualquer Virtude sem haver previamente desintegrado o defeito que constitui sua antítese. Não poderíamos, por exemplo, adquirir a Virtude da Castidade se não desintegramos o defeito da Luxúria. Não poderíamos adquirir a Virtude da Mansidão, se não desintegramos em nós mesmos o defeito do Ressentimento. Não poderíamos adquirir a Virtude do Altruísmo se não eliminamos o defeito do Egoísmo.

O que importa, portanto, é que compreendamos a necessidade de eliminar nossos defeitos, pois só assim irão nascendo em nós as gemas preciosas das Virtudes. De qualquer maneira, o objetivo desta prática de hoje foi o de chamar sua atenção para o Falso Sentimento do Eu. Vocês terão que aprender a sentir a Consciência, a ter um sentimento correto da Consciência Superlativa do Ser. Essa Consciência Superlativa emana originalmente de Atman, o Inefável, ou seja, o Íntimo, o Ser…

Assim, meus queridos irmãos, aqui terminamos esta palestra. --
Aluision Nunes


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EU TE COMPREENDO - OSHO



Eu sei das tuas tensões, dos teus vazios e da tua inquietude. Eu sei da luta que tens travado à procura de Paz. Sei também de suas dificuldades para alcançá-la. Sei das tuas quedas, dos teus propósitos não cumpridos, das tuas vacilações e dos teus desânimos. Eu te compreendo...

Imagino o quanto tens tentado para resolver as tuas preocupações profissionais, familiares, afetivas, financeiras e sociais. Imagino que o mundo, de vez em quando, parece-te um grande peso que te sentes obrigado a carregar. E tantas vezes, sem medir esforços. Eu conheço as tuas dúvidas, as dúvidas da natureza humana. Percebo como te sentes pequeno quando teus sonhos acalentados vão por terra, quando tuas expectativas não são correspondidas. E essas inseguranças com o amanhã? E aquela inquietação atroz em não saberes se amanhã as pessoas que hoje te rodeiam ainda estarão contigo? De não saberes se reconhecerão o teu trabalho, se reconhecerão o teu esforço. E, por tudo isto, sofres, e te sentes como um barco sozinho num mar imenso e agitado. E não ignoro que, muitas vezes, sentes uma profunda carência de amor. 

Quantas vezes pensaste em resolver definitivamente os teus conflitos no trabalho ou em casa. E nem sempre encontraste a receptividade esperada ou não tiveste força para encaminhar a tua proposta. Eu sei o quanto te dói os teus limites humanos e o quanto às vezes te parece difícil uma harmonia íntima. E não poucas vezes, a descrença toma conta do teu coração. Eu te compreendo... Compreendo até tuas mágoas, a tristeza pelo que te fizeram, a tristeza pela incompreensão que te dispensaram, pelas ingratidões, pelas ofensas, pelas palavras rudes que recebeste.
 
Compreendo até as tuas saudades e lembranças. Saudade daqueles que se afastaram de ti, saudade dos teus tempos felizes, saudade daquilo que não volta nunca mais... E os teus medos?

Medo de perderes o que possuis, medo de não seres bom para aqueles que te cercam, medo de não agradares devidamente às pessoas, medo de não dares conta, medo de que descubram o teu íntimo, medo de que alguém descubra as tuas verdades e as tuas mentiras, medo de não conseguires realizar o que planejaste, medo de expressares os teus sentimentos, medo de que te interpretem mal.
 Eu compreendo esses e todos os outros medos que tens dentro de ti. Sou capaz de entender também os teus remorsos, as faltas que cometeste, o sentimento de culpa pelos pequenos ou grandes erros que praticaste na sua vida. E sei que, por causa de tudo isso, às vezes te encontras num profundo sentimento de solidão. É quando as coisas perdem a cor, perdem o gosto e te vês envolto numa fina camada de indiferença pela vida. Refiro-me àquela tua sensação de isolamento, como se o mundo inteiro fosse indiferente às tuas necessidades e ao teu cansaço. E nesse estado és envolvido pelo tédio e cada ação ou obrigação exige de ti um grande esforço. Sei até das tuas sensações de estares acorrentado, preso, preso às normas, aos padrões estabelecidos, às rotineiras obrigações: “Eu gostaria de... mas eu tenho que trabalhar, tenho que ajudar, tenho que cuidar de, tenho que resolver, tenho que!...”. 

Eu te compreendo... Compreendo os teus sacrifícios. E a quantas coisas tens renunciado, de quantos anseios tens aberto mão! ... E sempre acham que é pouco... Pouca coisa tens feito por ti e tua vida, quase toda ela, tem sido afinal dedicada a satisfazer outras pessoas. Sei do teu esforço em ajudar às outras pessoas e sei que isso é a semente de tuas decepções. Sei que, nas tuas horas mais amargas, até a revolta aflora em teu coração. Revolta com a injustiça do mundo, revolta com a falsidade de muitos, com a repressão social e com a desonestidade. Por tudo isso, carregas um grau excessivo de tensões, de angústia e de ansiedade. Sonhas com uma vida melhor, mais calma, mais significativa. Sei também que tens belos planos para o amanhã.

Sei que queres apenas um pouco de segurança, seja financeira ou emocional, e sei que lutas por ela. Mas, mesmo assim, tuas tensões continuam presentes. E tu percebes estas tensões nas tuas insônias ou no sono excessivo, na ausência de fome ou na fome excessiva, na ausência de desejo para o sexo ou no desejo sexual excessivo. O fato é que carregas e acumulas tensões sobre tensões: tensões no trabalho, nas exigências e autoritarismos de alguns, nas condições inadequadas de salário e na inexistência de motivação, nos ambientes tóxicos das empresas, na inveja dos colegas, no que dizem por trás. Tensões na família, nas dependências devoradoras dos que habitam a mesma casa; nos conflitos e brigas constantes, onde todos querem ter razão; no desrespeito à tua individualidade, no controle e cobrança das tuas ações.

Eu te compreendo, e te compreendo mesmo. E apesar de compreender-te totalmente, quero dizer-te algo muito importante. Escuta agora com o coração o que vou te dizer: eu te compreendo, mas não te apoio! Tu és o único responsável por todos estes sentimentos. A vida te foi dada de graça e existem em ti remédios para todos os teus males. Se, no entanto, preferes a autocomiseração ao invés de mobilizares as tuas energias interiores, então nada posso te oferecer. Se preferes sonhar com um mundo perfeito, ao invés de te defrontares com os limites de um mundo falho e humano, nada posso te oferecer.

Se preferes lamentar o teu passado e encontrar nele desculpas para a tua falta de vontade de crescer; se optastes por tentar controlar o futuro, o que jamais controlarás com todas as suas incertezas; se resolveste responsabilizar as pessoas que te rodeiam pela tua incompetência em tratar com os aspectos negativos delas, em nada posso te ajudar. Se trocaste o auto apoio pelo apoio e reconhecimento do teu ambiente, então nada posso te oferecer. Se queres ter razão em tudo que pensas; se queres obter piedade pelo que sentes; se queres a aprovação integral em tudo que fazes; se escolhestes abrir mão de tua própria vida, em nome do falso amor, para comprares o reconhecimento dos outros, através de renúncias e sacrifícios, nada posso te oferecer. Se entendeste mal a regra máxima “Amar ao próximo como a ti mesmo”, esquecendo-te de amar a ti mesmo, em nada posso te ajudar.

Se não tens um mínimo de coragem para estar com teus próprios sentimentos, sejam agradáveis ou dolorosos; se não tens um mínimo de humildade para te perdoares pelas tuas imperfeições; se desejas impressionar os outros e angariar a simpatia para os teus sofrimentos; se não sabes pedir ajuda e aprender com os que sabem mais do que tu; se preferes sonhar, ao invés de viver, ignorando que a vida é feita de altos e baixos, nada posso te oferecer. 
Se achas que pelo teu desespero as coisas acontecerão magicamente, se usas a imperfeição do mundo para justificar as tuas imperfeições; se queres ser onipotente, quando de fato és simplesmente humano; se preferes proteção à tua própria liberdade; se interiorizaste em ti desejos torturadores; se deixaste imprimirem-se em tua mente venenosas ordens de : “Apressa-te!”, “Não erres nunca!”, “Agrade sempre!”; se escolheste atender às expectativas de todas as pessoas; se és incapaz de dar um não quando necessário, em nada posso te ajudar.

Se pensas ser possível controlar o que os outros pensam de ti; se pensas ser possível controlar o que os outros sentem a teu respeito; se pensas ser possível controlar o que os outros fazem; se queres acreditar que existe segurança fora de ti, repito: Eu te compreendo mas, em nome do verdadeiro Amor, jamais poderia apoiar-te! Se recusas buscar no âmago do teu ser respostas para os teus descaminhos, se dás pouca importância a teus sussurros interiores; se esqueceste a unidade intrínseca dos opostos em nossa vida terrena; se preferes o fácil e abandonaste a paciência para o Caminho; se fechaste teus ouvidos ao chamado do retorno; se perdeste a confiança a ponto de não poderes entregar tua vida à vontade onipotente de Deus; se não quiseste ver a Luz que vem do Leste; se não consegues encontrar no íntimo das coisas aquele ponto seguro de equilíbrio no meio de todas as tormentas e vicissitudes; se não aceitas a tua vocação de Viajante com todos os imprevistos e acidentes da Jornada; se não queres usar o tempo, o erro, a queda e a morte como teus aliados de crescimento, realmente nada posso fazer por ti.

Se aspiras obter proteção quando o que precisas é Liberdade; se não descobriste que a verdadeira Liberdade e a autêntica Segurança são interiores; se não sabes transformar a frase “Eu tenho que...” na frase “Eu quero!”; se queres deixar que o fantasma do passado continue a fechar seus olhos para a infinidade do teu aqui e agora; se queres que o fantasma do futuro te coloque em posição de luta com o que ainda não aconteceu e, provavelmente, não chegará a acontecer; se optaste por tratar a ti mesmo como a um inimigo; se te falta capacidade para ver a ti mesmo como alguém que merece da tua própria parte os maiores cuidados e a maior ternura; se não te tratas como sendo a semente do próprio Deus; se desejas usar teus belos planos de mudar, de crescer, de realizar, como instrumentos de auto-tortura; se achas que é o amor ao apego que cultivas pelos teus parentes e amigos; se queres ignorar, em nome da seriedade e da responsabilidade, a criança brincalhona que habita em ti; se alimentas a vergonha de te enternecer diante de uma flor ou de um por do sol; se através da lamentação recusas a vida como dádiva e como graça, não posso te apoiar.

Mas, se apesar de todo o sono, queres despertar; se apesar de todo o cansaço, queres caminhar; se apesar de todo o medo, queres tentar, se apesar de toda a acomodação e descrença, queres mudar, aceita então esta proposta para a tua Felicidade: A raiz de todas as tuas dificuldades são teus pensamentos negativos. São eles que te levam para as dores das lembranças do passado e para a inquietação do futuro. São esses pensamentos que te afastam da experiência de contato com teu próprio corpo, com o teu presente, com o teu aqui e agora e, portanto, distanciando-te de teu próprio coração. Tens presente agora as tuas emoções? Tens presente agora o fluxo da tua respiração? Tens presente agora a batida do teu coração? Tens agora a consciência do teu próprio corpo? Este é o passo primordial. Teu corpo é concreto, real, presente, e é nele que o sofrimento deságua e é a partir dele que se inicia a caminhada para a Alegria.

Somente através dele se encaminha o retorno à Paz. Jamais resolverás os teus problemas somente pensando neles. Começa do mais próximo, começa pelo corpo. Através dele chegarás ao teu centro, ao teu vazio, àquele lugar onde a semente germina. Através da consciência corporal, galgarás caminhos jamais vistos, entrarás em contato com os teus sentimentos, perceberás o mundo tal como é e agirás de acordo com a naturalidade da vida. Assume o teu corpo e os teus sentimentos, por mais dolorosos que sejam; assume e observa-os, simplesmente observa-os. Não tentes mudar nada, sê apenas a tua dor. Presta atenção, não negues a tua dor.
 
Para que fingir estar alegre se estás triste? Para que fingir coragem se estás com medo? Para que fingir amor se estás com ódio?
Para que fingir paz se estás angustiado? Não lutes contra teus sentimentos, fica do teu próprio lado, deixa a dor acontecer, como deixas acontecer os bons momentos. Pára, deixa que as coisas sejam exatamente como são.

Entra nos teus sentimentos sem os julgar, não fujas deles, não os evite, não queira resolvê-los escapando deles – depois terás de te encontrar com eles novamente, é apenas um adiamento, uma prorrogação. Torna-te presente, por mais que te doa. E, se assim fizeres, algo de muito belo acontecerá! Assim como a noite veio, ela também se irá e então testemunharás o nascer do dia, pois à noite o sol escurece até a meia-noite e, a partir daí, começa um novo dia. Se assim fizeres, poderei dizer-te que então que: Eu te compreendo e que, assim, tens todo o meu apoio! E verás com muita alegria que, justamente agora, já não precisas mais do meu apoio, pois o foste buscar dentro de ti e o encontraste dentro da tua própria dor! A CAUSA É INTERIOR!

O homem traz a semente de sua vida dentro de si mesmo. O que quer que lhe aconteça, acontece por sua própria causa. As causas externas são secundárias; as causas internas são as principais.